terça-feira, 21 de julho de 2009

Nada Mais do Que Nada

Morri por tudo que eu mais amava,
Com os restos que sobraram
De um passado quase esquecido
Construí meu próprio castelo,
Uma alcácer divinamente sombria e misteriosa,
No alto da montanha, no ermo da solidão do mundo,
Inerme contra as batalhas e as guerras travadas,
Sou escravo do meu próprio egoísmo,
Refugio-me no calabouço, preso pela solidão,
Aterrorizo-me com os gritos procedentes do torre,
Mas a torre está deserta, inóspita e inacessível,
Não há princesa ou rainha na torre desse castelo,
Os gritos que ouço é o eco da minha melancólica infelicidade,
Essa é uma terra sem rei, sem lei, sem povo e sem religião,
A crença do amor resistiu a muitas atribulações,
Mas os Deuses do Amor suicidaram-se,
Atiraram ódio contra o próprio peito
E deixaram-nos a sós com a tristeza,
Vago sem rumo, envenenado pelo meu próprio orgulho,
Nos machucamos tanto por quase nada,
Sinto o vento rebentar-se contra o castelo
Espalhando-me pelo ar, disperso-me
E volto a ser nada........

Joao Paulo Castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Joao Paulo Castro

Minha foto
Escrevi na porta dos arrependimentos todos os meus pecados.........