Pisei humildemente as terras da literatura,
Busquei sensibilidade na natureza de cada simples gesto,
Respirei o ar encantado e sublime da exaltação do espírito sonhador,
Olhei piedosamente a obscura face da lua,
Caminhei até o abismo, o completo vazio da solidão dos meus sentimentos,
Clamei pelo meu amor e ouvi apenas o eco das minhas lamentações,
Construí um barco com palavras de sentidos e sons diferentes,
Fiz a vela com o romantismo e imaginação pros ventos me guiarem,
Naveguei no ermo oceano místico e poético rumo ao sol da minha inspiração,
Pesquei versos, alimentei-me de rimas cruas e intensas,
Aportei as margens do âmago do subconsciente no ventre da poesia,
Encontrei minha plangente alma desfalecida sangrando a consagração do amor,
Reguei meus sonhos com o enternecimento das lágrimas do sofrimento,
Cultivei o dom da arte e cresceram letras em meu jardim,
Colhi cada vão verso divagado pela aridez fastidiosa da razão,
Escrevi na porta dos arrependimentos todos os meus pecados,
Procurei amor e me perdi no melancólico tédio da solidão,
Invenenei meu inebriante espírito com ilusões vazias,
Parto transcedendo a infinutude do sagrado e do profano,
Sacrifiquei meu ser por gratidão as abençoadas dádivas de DEUS ...
João Paulo Castro
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