E tudo é vão, como disperso no ar,
Elevo-me a pureza, decaio no mal impuro,
Inebriado, então perco-me no que procuro,
E já não sinto tanta vida em mim pulsar,
Aterrorizo-me com o nada, fujo de tudo,
Como se tudo fosse muito perigoso,
Assim como o nada faz-me viver sem sentir-me vivo, envolto de luto,
Pelo passamento do que quase existiu e esse sacrifício penoso
De conceber o divino sopro de luz a total inexistência,
A esperança causa dor, fere a alma,
Se no amar perdeu-se o amor e sobra mágoa,
Magoado de doar o que não se tem, dominado pelo que domina, por essa dolência
De respirar tudo que é falso, enganado por não saber
O que é o Amor? Sujo pela falta de fé,
E já não acredito no que é a verdade, por ser e não ser,
Padeço nesse mistério, não me acho em mim, por crer que fora sempre assim...
João Paulo Castro
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